Sou apaixonado por Frida Kahlo. Sua história de vida e sua arte, possibilitaram que se tornasse um ícone na moda e na arte e me encantaram.
Fui orientador pedagógico durante quinze anos no município de Campinas e nos últimos quatro anos, trabalhei na educação infantil. Em 2017, fizemos uma mostra de arte na escola e independente dos trabalhos realizados pelas professoras com as crianças, transformei cada aluna em Frida Kahlo, decorando cada foto do rosto de cada menina na artista, tal minha paixão por ela.
Agora, aposentado, resolvi estudar Moda e Arte e ao terminar este curso, resolvi então apresentar um pouco dessa artista notável e sua influência na moda contemporânea.
Saúde frágil por conta da poliomielite e do acidente do qual foi vítima aos 18 anos, quando o bonde em que viajava chocou-se com um trem e foi varada por uma barra de ferro que lhe atravessou o abdome, a coluna vertebral e a pélvis, Frida Kahlo sofreu múltiplas fraturas, fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama. Durante toda a sua vida, foi obrigada a usar coletes ortopédicos. Mas isso nunca a fez uma mulher fraca. Sempre projetou através de sua imagem características como força, independência, autonomia e vitalidade.
Sua arte e suas roupas, tornaram-se uma marca, sendo a reprodução quase exata de seu espírito artístico e irreverente. Seu guarda-roupa era composto de peças ousadas e chamativas como os brincos enormes e as famosas flores no cabelo. Usava saias longas, por conta da pólio que contraiu na infância, pois tinha uma perna atrofiada.
Com um estilo surrealista, Frida foi influenciada pelo folclore mexicano, como os vestidos Tehuana, vem do istmo Tehuantepec, onde a mulher administra a sociedade e é considerada forte e sensual, blusas huipil, (túnicas tecidas artesanalmente, feitas de dois ou três pedaços de tela) e saias floridas, típicos de seu país, bem como pelas suas tradições indígenas. Seus xales, Rebozo, nome original no México, eram usados para demonstrar também a solidariedade com os trabalhadores de sua terra, da qual foi lutadora incansável.
As cores que utilizava tanto em suas obras quanto em suas roupas e também nos acessórios, refletiam essa influência: vermelho, amarelo, rosa, verde, azul, sempre em tons vibrantes. Tudo isso demonstrava suas inspirações e o seu posicionamento político, pois foi filiada ao Partido Comunista Mexicano, onde era defensora de gênero e classe. Ousada, quando do fim do seu casamento com Diego Rivera, também artista mexicano, cortou os cabelos bem curtos e passou a usar ternos, acabando com aquilo que mais o agradava, sua feminilidade. Frida, foi uma percursora do self, pois toda sua obra baseia-se em autorretratos. Pintava a si mesma, pois por conta de seus problemas de saúde e de suas cirurgias, passava por longos períodos na cama. Suas obras retratam dor e melancolia
Faleceu em 1954, por conta de uma pneumonia.
O gosto por Frida Kahlo, pelas cores e texturas nacionais, inspiraram artistas da moda contemporânea , como Jean Paul Gaultier, Dai Rees, Comme de Garçons, Alexander McQueen, Riccardo Tisci de Givenchy, Rei Kawakubo Comme de Garçons e os dois holandeses Viktor & Rolf e muito outros, em particular Gaultier que apresentou em 1998, Homenaje a Frida Kahlo.